Educação e Cidade
Neiva de Assis
Gustavo Henrique Wollmann
Rodrigo Toso
Marina Valério
João Eduardo Martins Junior
Letícia Sais
Jade Rehen
Esse projeto tem como foco ações de pesquisa e práticas em Psicologia que investem em oportunidades educativas aos jovens na cidade não vinculadas à escolarização formal. Tem como pressupostos teórico-metodológicos as contribuições da Psicologia Histórico-Cultural e da Pesquisa-Intervenção. Desde 2018, o grupo de trabalho desenvolve estudos bibliográficos, documentais e empíricos, bem como realiza extensão universitária em uma localidade que vivencia processos de exclusão social na cidade de Florianópolis. Participamos também de experimentações oferecidas na cidade de Florianópolis para conhecer sobre o território, o processo de urbanização da cidade e os processos subjetivos. As principais ações são:
1. Pesquisa de revisão bibliográfica: foram analisados 12 artigos, localizados na plataforma de periódicos EBSCO Discovery Service, através de três descritores: “cidade”, “educação” e “juventude”. Os trabalhos foram classificados e analisados através de nove categorias construídas a posteriori. Constatou-se variados usos da espacialidade da cidade no exercício de atividades educativas e destaca-se a existência de significativas experiências educativas comprometidas com o território e baseadas em perspectivas de educação popular. Destacamos perspectivas de diálogos e práticas com formas urbanas, locais e não institucionalizadas de educar a/com a juventude.
2. Pesquisa documental: análise de documentos de políticas educacionais direcionadas a educação não formal e a educação integral em Florianópolis em diálogo com experiências/referências de outras localidades e países.
3. Pesquisa empírica em andamento em uma comunidade de Florianópolis que vivencia processos de exclusão social e que realiza ações de educação não-formal com jovens. Algumas questões nos movem: como jovens participam na cidade? Que espaços ocupam para além da escola? Como experimentam a cidade? Que espaços frequentam cotidianamente? Utiliza-se como procedimentos de pesquisa a observação participante e entrevistas com educadores e jovens participantes. Observa-se a ausência de políticas públicas para a juventude e a presença de algumas experiências locais, ligadas ao território, com esforços comunitários e poucos recursos, mas que de forma inventiva ocupam-se da tarefa de oferecer atividades culturais e formativas aos jovens moradores.
4. Ações de extensão universitária com foco em experiências educativas que apostem na cidade como política de educação e nas linguagens artísticas. Na primeira etapa deste projeto realizou-se mapeamento de iniciativas de educação não-formal que ocorrem na cidade de Florianópolis, de modo a conhecer e selecionar algumas áreas de maior demanda e relevância social. Elaborou-se um mapa online de Florianópolis pontuando as atividades que foram encontradas em cada localidade, com o objetivo de visualizá-las e poder perceber quais regiões concernem ainda poucas possibilidades de educação informal. Nesse momento estamos vinculados em uma das localidades mapeadas, em um projeto de educação informal e oferecendo semanalmente oficinas de educação estética para um grupo de jovens (VIGOTSKY, 2001, 2009). As oficinas são articuladas com diferentes linguagens artísticas que contribuem para o estranhamento e para o estabelecimento de relações mais sensíveis na arte e na vida. Os jovens participantes dos projetos de educação, bem como aos professores/mediadores e a própria comunidade interessada são o público alvo deste projeto. Espera-se construir com os moradores subsídios para a invenção de práticas educativas que contemplem a polissemia da vida e que possam incluir a cidade como possibilidade educadora ao mesmo tempo que desejamos ações da universidade próxima da realidade social da população brasileira.