Live – Migrações forçadas: aspectos psicológicos e políticos

21/09/2020 15:22

O XI Simpósio Brasileiro de Psicologia Política teve sua data adiada em virtude do início da pandemia e tem realizado algumas lives de “aquecimento” do evento. Divulgamos a segunda live, que se realizará no dia 24 de setembro, às 19h, no canal do YouTube do evento. A temática debatida neste encontro será a migração forçada: aspectos psicológicos e políticos.

#ficaadica😉
#LAPEE

Notas sobre o compromisso ético-político da formação em Psicologia

15/09/2020 19:17

Marcella Oliveira Araujo

Quadro. Giz. Canetas. Mesas. Cadeiras. Cada item em nossa memória nos lembrando o que não temos usado nesse momento e como temos sido usadas e usados para o cumprimento de uma carga horária que não contabiliza tempos de incertezas. Nestes tempos, a higienização do espaço, compra de equipamentos e cabeamentos, e escalas, têm definido o modo como o projeto de escola tem se tornado um hospital.

Temos reduzido, este momento, e de maneira compreensível, às próprias condições de nossa existência, ao que sentimos falta materialmente. Individual e restritamente. O que conseguimos capturar nesse momento e o modo como temos sido conduzidos ética e politicamente nos faz pensar nas faltas. Sinto falta dos olhares, do encontro dos corpos nos corredores, dos cafés durante e após as aulas, das conversas sobre as contradições do ensino de Psicologia e das políticas educacionais, e seus (não) cuidados. É nesta complexidade que diariamente a escola foi vivenciada e direcionada para o campo do debate e do enfrentamento.

Como sujeitos dos lugares que ocupamos, a capitalização do tempo e do espaço doméstico tem nos colocado diante de questões essenciais sobre aprendizagem e desenvolvimento humano. O silenciamento dos tempos de aula, dos adoecimentos psíquicos, e do excesso de produção de atividades não condizentes com a situação social do desenvolvimento de estudantes, que vivenciam suas crises como crianças, adolescentes, adultos e idosos naquele momento, e não em outro. Estruturalmente, já vínhamos favorecendo a capitalização de nossa existência.

É preciso enunciar nossas vidas na relação com a morte. São 132 mil ausências. 132 mil pessoas que viviam uma realidade em tempos presentes tão passados de indiferença. Este copo não está meio cheio. Relativizar tem nos levado a naturalização do espaço educacional para o cumprimento de carga horária e conteúdo de disciplinas que já reproduzíamos não (compromissadas) com a realidade. É possível entender a vídeo chamada como um espaço do debate, um espaço que possibilite entendimentos para essa realidade que não pode escolher trabalho remoto, que não sabe que pode se escolher como protagonista de um projeto de sociedade.

Meu trabalho docente não é para ouvir a minha própria voz e ver minha própria imagem. Sua formação discente não é para cumprir horas do estágio e de sua graduação. Seu quarto não é uma escola.Que necessidades as escolas e as famílias de nossas comunidades estão enfrentando? O que podemos fazer para acolhê-las? Precisamos construir juntes a realidade à qual você vai se realizar como psicóloga e psicólogo.

A quê(m) temos servido quando não estamos nos organizando politicamente para debater o fortalecimento da convivência familiar e comunitária e plenas condições de desenvolvimento das e dos professores; das e dos estudantes e seus familiares?

III Encontro Nacional do Núcleo de Pesquisa Dialética Exclusão/Inclusão Social (NEXIN)

09/09/2020 13:50

Estão abertas as inscrições para o III Encontro Nacional do Núcleo de Pesquisa Dialética Exclusão/Inclusão Social (NEXIN), que tem como temática debater as Comunidades Tradicionais e Práticas Psicossociais. O encontro acontecerá, em formato virtual, entre os dias 29/10 a 03/11 de 2020 e ainda é possível inscrever trabalhos para as rodas de conversa. Para conferir mais informações e realizar sua inscrição acesse o site do evento: https://sites.google.com/view/iiinexin2020/in%C3%ADcio?authuser=0

#ficaadica

#lapee

A (des)continuidade possível

31/08/2020 14:46

Denise Cord

Desde meados de março de 2020, tenho acordado com a estranha sensação de não saber por onde começar a viver as horas renovadas pela noite. Não que eu de fato não saiba, afinal no dia anterior, graças ao meu papel social de profissional docente, recebi ou me coloquei tarefas a desenvolver on line, acionando o link enviado, password para uma live. Muitas das tarefas desenvolvidas envolvem outras pessoas, conectadas a partir de diferentes papéis, ao desafio de educar e educar-se nestes tempos. Dia destes, conversando com orientandas(os) sobre incertezas em relação à validação de atividades de estágio na modalidade remota, por mais de uma vez tive a sensação de que a conexão digital havia falhado e perguntei: “estão me ouvindo? Aparecem “congeladas” aqui pra mim!” De imediato, movimentos faciais e a resposta de que sim, estavam presentes, que a conexão não tinha caído.  Constituirá o dia-a-dia do calendário excepcional afirmar presença e conexão ao mesmo tempo em que assumimos a retirada de nossos corpos dos espaços de formação e a ruptura do vínculo físico com os sujeitos atendidos .

Deste lugar docente, cada hora do relógio segue sendo ocupada como antes do distanciamento social imposto pela pandemia: trabalho – intervalo – trabalho – fim de expediente. Tic Tac, Tic Tac… o dia termina, cai a noite, os telejornais reafirmam o aumento do número de casos e de mortes no Brasil, a baixa porcentagem de pessoas em isolamento social, a indiferença das gentes às regras de distanciamento social e do uso de máscaras, o descaso e o descrédito em relação à ciência, a esperança da chegada de um antídoto a qualquer momento, a aposta na tal imunidade de rebanho, os casos de corrupção envolvendo compras superfaturadas de equipamentos e remédios, a necessária retomada das aulas em escolas e universidades, mediante protocolos de segurança… hora de dormir… hora de acordar  –  afinal, especialistas afirmam que é importante manter uma rotina durante a pandemia.

Um cenário em ruínas e, ao mesmo tempo, em reconstrução. Tem-se definido assim a contemporaneidade pandêmica. Um cenário que inclui escolas e contratos pedagógicos. Protagonistas de uma cena que queremos acreditar será breve, excepcional, docentes e discentes teremos que recriar o éthos educacional. Mesmo que já o antigo pouco nos contemplasse ou representasse, especialmente pelo caráter abstrato do conhecimento acadêmico, pouco afeito às relações com a prática e as realidades vividas.

Mas exatamente o que ruiu? E o que estamos sendo impelidos a reconstruir? O conjunto de ferramentas que temos disponíveis para este momento de reconexão com nossos papéis de educadoras(es) e de educandas(os) não nos permite partir destas questões. Antes, nos impele a uma atitude calculista, burocrática, adaptativa e  excepcional. Seremos  virtualmente as(os) mesmas(os) docentes e discentes, reforçadas(os) em seus papéis assimétricos, vinculadas(os) a um contrato pedagógico marcado por um conjunto de afazeres habituais, controladores de assiduidade, participação, nota?

Não seria este o momento de reconhecer que estamos no mesmo barco da (des)continuidade, que não temos as respostas ou pelo menos que as perguntas hoje são outras e superam nossa capacidade de respondê-las? Não seria este o momento de convidarmos uns aos outros para a reconstrução do éthos educacional? De fazer do cotidiano, do vivido e experimentado, questão? Quem está convocado à esta cena educativa excepcional? Qual a continuidade possível hoje, depois que aproximadamente 120.000 vidas foram interrompidas pela COVID 19 no Brasil?  Quem estará presente neste cenário remoto, sem cheiros, gostos, cores, corpos? Como lidar com a ressonância das ausências de fato – evasão escolar que chama, né? e das ausências vividas por trás das câmeras – de toque, de olhar, de sorrisos síncronos, de cumplicidade, de aconchego – mantendo relações de ensino e aprendizagem efetivas e afetivas?

Façamos o que for possível com as ferramentas que temos, mas não atendamos a convocações para uma continuidade que não faz sentido. Não cedamos ao fetiche comunicacional, ao passatempo informativo. Estejamos de fato presentes, assumindo o que ruiu, o que está ruindo e o que foi possível criar. Que estejamos  comprometidos com a co-criação de um outro ethos educacional, sem rechaço nem submissão contemplativa, inconcluso, aberto, provocativo, convidativo.  Mantenhamos, como Jacques Derrida[1] nos ensinou, a atitude atenta de um herdeiro, sendo ao mesmo tempo fiéis e infiéis ao que antecedeu a este momento histórico:

(…) esta mesma herança ordena, para salvar a vida (em seu tempo finito), que se reinterprete, critique, desloque, isto é, que se intervenha ativamente para que tenha lugar uma transformação digna desse nome: para que alguma coisa aconteça, um acontecimento, da história, do imprevisível “por vir” (p.13)

[1] DERRIDA, Jacques; ROUDINESCO, Elisabeth. De que amanhã…diálogo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.

Videoteca: “Saúde mental de estudantes: o cuidado de Si e do Outro como ética afirmadora da vida”

31/08/2020 14:21

Live organizada pelas coordenações dos cursos de graduação em Arquivologia, Biblioteconomia, Educação do Campo e Pedagogia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

 

Professores LAPEE

Maria Fernanda Diogo

Rogério Machado Rosa

Psicóloga

Juliana Rego Silva (pesquisadora Núcleo de Pesquisa em Psicanálise e Cultura – EBP/SC)

 

O vídeo pode ser acessado pelo link

https://www.youtube.com/watch?v=x8DrXYq7T7Y

 

 

Manual “Psicólogas(os) e Assistentes Sociais na rede pública de Educação Básica: orientações”

25/08/2020 16:05

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) sistematizaram o manual “Psicólogas(os) e Assistentes Sociais na rede pública de Educação Básica: orientações para regulamentação da Lei no. 13.935, de 2019”.

Leitura obrigatória para as(os) psicólogas(os) escolares e educacionais.

O Manual pode ser acessado e baixado aqui: https://prosped.com.br/wp-content/uploads/2020/08/MANUAL-PSICOiLOGASOS-E-ASSISTENTES-SOCIAIS.pdf

#ficaadica #lapee #ufsc

Participação no curso de Aperfeiçoamento Psicologia Escolar e Educacional: Formação continuada em rede na Grande Dourados/MS

25/08/2020 15:54

A professora Lígia Feitosa, integrante do LAPEE, conduzirá a palestra “Psicologia Escolar – que identidade é esta?” na II Reunião de Rede de Psicólogas(os) Educacionais e Escolares da Região da Grande Dourados.

O encontro online será no dia 28 de agosto, às 10h, transmitido pela plataforma Meet.

Esta atividade integra o Curso de Aperfeiçoamento Psicologia Escolar e Educacional: formação continuada em rede na Grande Dourados/MS, direcionado a psicólogas(os) escolares e educacionais institucionalmente vinculados às redes municipais, estadual e federal de ensino em Mato Grosso do Sul, promovido pela parceria do Grupo de Pesquisa em Psicologia, Educação e Trabalho: inclusão em diferentes contextos (GEPETIN_contextos CNPq/UFGD) e do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Humano e Educação Especial (CNPq/UFMS).

#ficaadica #LAPEE #UFSC

Semanas Acadêmicas de Psicologia

25/08/2020 15:47

Dia 27 de agosto comemoramos o dia da/o Psicóloga/o.

A semana está recheada de atividades online que debatem as diversas áreas e campos de atuação da profissão.

Pesquisadoras do LAPEE estarão participando de duas Semanas Acadêmicas de Cursos de Psicologia em Santa Catarina.

No dia 26 de agosto, quarta-feira, a professora Raquel de Barros Pinto Miguel estará participando de uma roda de conversa “Mídia, tecnologias digitais e produção de subjetividades”, na Semana Acadêmica do Curso de Psicologia do CESUSC/Florianópolis.

No dia 27 de agosto a professora participará do debate “Atuações em Psicologia”, na IES/Florianópolis.

Ainda no dia 27 de agosto, quinta-feira, a professora Apoliana R. Groff e a psicóloga Juliana Lopes participarão da mesa redonda “Medicalização no contexto da educação”, na Semana Acadêmica do Curso de Psicologia da ACE/Joinville.

As inscrições são gratuitas. Os links serão disponibilizados nos sites das instituições de ensino. Participem!